O consumo frequente de pornografia afeta a nossa vida íntima?

Com o acesso cada vez mais fácil a estes conteúdos, o consumo de pornografia tem vido a aumentar.

Recentemente foi publicado um estudo sueco que incluiu mais de 14 mil participantes, no qual 68% dos homens e 27% das mulheres afirmaram que consomem pornografia.

O impacto disto? Segundo este estudo, o consumo frequente de pornografia (ou seja, mais do que 3 vezes por semana) está associado a alguma insatisfação sexual. E quando falamos em insatisfação sexual falamos na sensação de que não se está a ter sexo com a devida frequência, desejo de ter mais parceiros sexuais, ou de que o sexo que estamos a ter não é o ideal. Verificou-se também que este consumo frequente de pornografia pode dar alguns problemas de saúde sexual, tais como ansiedade de performance ou problemas de ereção.

E qual o impacto da pornografia num relacionamento? De acordo com a literatura, metade dos homens casados e 25% das mulheres casadas consomem conteúdo pornográfico. Este assunto revela-se motivo de conflitos para um quinto dos casais, sendo que as mulheres têm mais dificuldade em aceitar o consumo de pornografia dentro de um relacionamento.

Mas o facto de as pessoas consumirem pornografia não significa que se sintam insatisfeitas com o relacionamento ou que não se sintam atraídos pela pessoa com quem estão. As motivações para o consumo da pornografia prendem-se sobretudo com o alívio de stress, melhoria do sono, dar resposta ao desejo sexual ou para explorar fantasias que não necessariamente querem fazer na realidade.

O problema, é que à medida que o consumo de pornografia aumenta, os níveis de estabilidade da relação, compromisso e satisfação com o relacionamento vão diminuindo. Este impacto é ainda maior quando são os dois elementos do casal a consumir pornografia.

O tema da pornografia é muito complexo, por isso quero deixar claro que não existe o bom e o mau, o certo ou o errado. Comuniquem sobre este assunto em casal, e no caso de haver alguma dúvida ou dificuldade relacionada com este tema, consultem um profissional de saúde. (texto publicado na Notícias Magazine)